quarta-feira, 4 de julho de 2007

ARQUITETURA AO LONGO DO TEMPO

Já por volta de quatrocentos anos antes de Cristo, Platão ligava a arquitetura a lógica das construções – a arquitetura não seria uma aparência das coisas, mas a coisa em sim própria. Dizia ele “a arquitetura e todas as artes manuais implicam numa ciência que tem, por assim dizer, sua origem na ação e produzem coisas que só existem por causa delas e não existiriam antes”. Essas coisas, ou melhor, essas construções (...) aliavam a tecnologia apropriada a uma indiscutível intenção plástica que ia ate os requintes das deformações corretoras das ilusões ópticas, definindo, assim, a criação artística. logo depois, Aristóteles corroborava este pensamento de seu mestre dizendo que a arte da arquitetura era o “resultado de certo gênero de produção esclarecida pela razão”...

Pelo que sabemos, os filósofos da Grécia não se dedicaram a fundo aos problemas estéticos contidos na analise da arquitetura e a idéia grega a este respeito veio ate nos nas entrelinhas dos textos de Vitrúvio, que é considerado o fundador da estética da arquitetura. Os seus “Dez livros de arquitetura” representam o pensamento da antiguidade sobre a arte de construir e é uma pena que essa obra tenha chegado incompleta e desacompanhada das instruções, indispensáveis à compreensão dos temas e teorias ali expostas. Muitas passagens não são nada claras, permitindo interpretações variadas de analistas contemporâneos.

O templo grego – Parthenon

Fonte: http://shs.westport.k12.ct.us/hisherstory/Parthenon.jpg

De inicio, Vitrúvio percebe na arquitetura três aspectos: a solidez, a utilidade e a beleza, dando assim, importância maior ao lado pratico ou técnico, deixando o artístico propriamente dito por ultimo. Quando, porem, se detém com mais vagar dissertar sobre os componentes de uma ampla definição da arquitetura, empresta maior atenção é às categorias ligadas a estética. Propõe o ilustre arquiteto e teórico seis “divisões” à sua visão do que seja arquitetura: 1) Ordenação (ordinatio), que se refere ao dimensionamento justo das partes que compõe o edifício, tendo em vista as necessidades do programa e de todo o conjunto, quando se trata, inclusive, da modulação e das unidades de medida; 2) Disposição (dispositio), que seria “o arranjo conveniente de todas as partes, de sorte que elas sejam colocadas segundo a qualidade de cada uma”e onde são considerados os critérios de composição, implicitando, inclusive, a representação gráfica do projeto; 3) Euritmia (eurytmia), que é a categoria disposta por Vitrúvio cuja compreensão é bastante dificultada pela carência de explicações maiores, sendo bastante confusas as interpretações dos tratadistas que escreveram sobre esse texto clássico. o conhecido estudioso das teorias da arquitetura Porissavlievitch, a quem recorremos nesse instante, julga que a euritmia não passa daquilo que modernamente chamamos de harmonia; 4) Simetria (Symmetria), que era ao lado da euritmia, um dos conceitos fundamentais da estética clássica, também é hoje nebulosamente compreendido, inclusive devido ao significado diferente que o termo possui em nosso linguajar corrente. Simetria seria o calculo das relações, que os gregos chamavam de “analogias”, entre as partes de uma construção, calculo esse estabelecido através de uma mediada comum, denominada “modolus” por Vitrúvio; 5) Conveniência (decor) é a categoria que trata justamente da disposição conveniente de cada uma das partes do edifício segundo as necessidades do programa, o destino das dependências, o caráter de seu ocupante, etc. Trata inclusive da unidade de estilo, da “unidade na variedade” onde reside o seu valor estético; 6) Distribuição (distributio), que trata do “principio em virtude do qual nada se deve empreender fora das possibilidades daquele que faz a obra e segundo a comodidade do lugar, controlando tudo com prudência”.

Pelo que vimos, Vitrúvio, nos seus seis princípios, dedicou-se à estética do projeto arquitetônico, não se referindo a ela somente na primeira e na sexta categorias. Os seus “Dez livros da arquitetura” onde trata exaustivamente da arte de construir, são, ate hoje, analisados pelos teóricos, sua obra foi considerada a “Bíblia” dos arquitetos, principalmente durante o Renascimento, quando constituiu uma espécie de ponte entre o passado clássico grego e o modernismo, apesar das imprecisões de seus copistas e tradutores, que, inclusive, deixaram de aparecer os desenhos elucidativos de toda sua argumentação estética. Aos leigos, depois dele, sobrou a impressão de que uma obra arquitetônica é sempre e unicamente uma obra onde interessa a beleza aparente , não interessando como foi feita.

Quase quinhentos anos depois de seus escritos, Santo Agostinho (354-430) ainda vivia na “unidade ma variedade” o segredo da arquitetura, dizendo que a “similitude, a igualdade e a conveniência das partes do edifício reduzem tudo a uma espécie de unidade que contenta a razão”.

A presença de Vitrúvio ainda é constatada nos escritos de Isidoro de Sevilha (c. 560-630), que já vê imprescindível na arquitetura a ornamentação. Ele distingue três partes na construção: o traçado da planta e respectiva disposição dos fundamentos, a elevação dos muros e a ornamentação, quando trata do revestimento dos tetos com placas douradas, nas paredes com pinturas e pisos com mosaicos. Insiste na decoração, com gesso ou estuque, realçada com cores, expressando formas e figuras diversas: é o que chama de elemento plástico na arquitetura.

Entrados os anos na Idade Média, vemos os pensadores sempre preocupados com a decoração magnificente, enquanto a produção arquitetônica ficava nas mãos e de profissionais extremamente ciocos de seus conhecimentos interdisciplinares, mantidos nos segredos das corporações, confundindo-se a figura do arquiteto com a do mestre do risco, com a do mestre-de-obras. Em 1258, Etienne Boileau dizia: “Aquele que quiser poderá ser um mestre-de-obras, mas não poderá ter mais que um aprendiz e não poderão mantê-lo por menos de seis anos de serviço a não ser que seja seu filho legítimo; quando o primeiro tiver trabalhando cinco anos, poderá tomar um segundo aprendiz. Eles poderão ter tantos ajudantes ou empregados quiserem, com a condição de não lhes ensinar seu oficio. Quando o tempo do aprendiz tiver terminado, o mestre de obras o levara diante do guarda do oficio e este fará o aprendiz jurar guardas usos e costumes do oficio”.

Tais homens, responsáveis pela arquitetura gótica, no entanto, possuíam suas justificativas para a rica ornamentação sempre criticada e tiveram em Suger, o Abade de Saint-Denis (c.1081-1151), o seu interprete, que disse: “Se reconstruirmos a Abadia de Saint-Denis e aumentarmos seu tesouro, se fizermos vir de todas as partes os melhores pintores e artistas e o fizermos trabalhar co talento (honeste), utilizando o ouro e as pedras mais preciosas, não foi por desejo de vangloria, nem pela esperança dos elogios humanos ou de uma recompensa dos elogios humanos ou de uma recompensa passageira. Foi por um ato de religião (devote) e por amor a beleza da casa de Deus. Essa beleza deve, por outro lado, dar aos fieis um gosto antecipado da beleza do céu”. O abade ainda fez gravar seus pensamentos estéticos, alias pensamentos de todos, sobre as portas de bronze da entrada da basílica. Os que entravam no templo liam: “Não admireis tanto o material caro e precioso destas portas, mas a beleza do trabalho que apresenta; a obra brilha cheia de nobreza. Mas, certamente, toda obra nobre por sua beleza ilumina as almas, a fim de que por seus verdadeiros esplendores ascendam à verdadeira luz da qual Cristo é a porta. Tudo aquilo que resplandece a que dentro pressagia a porta dourada: assim, através da beleza sensível, a alma agravada se eleva à verdadeira beleza e, da terra onde jazia submersa, ressuscita ao véu, vendo a luz gótica destes esplendores”. Sobre o vitral tem três prioridades básicas – suporte de imagens sacras, material de riqueza intrínseca, assemelhando-se às pedras preciosas, e um mistério, pois fulgura sem que haja fogo”.

Assim, a arquitetura gótica, desenvolvida para a gloria de Deus, foi uma verdadeira integração entre a ciência e as artes, por a estereotomia chegou à perfeição, simbolizando ela, com seus engenhosíssimos cortes de pedras, todo o conhecimento aplicado à estabilidade de gigantescas construções, que exigiam conhecimentos interdisciplinares, que iam desde a mecânica dos solos e grafoestática até conhecimentos empíricos, é verdade, mas corretos de resistência dos materiais. Cada corte na pedra tinha a sua razão de ser mera peça gratuita da ornamentação profusa. Ali tudo era verdade porque também a decoração era funcional, no sentido prático de propiciar a elevação das almas dos crentes perfeitamente condicionados à fé.

Domo de Colônia: uma das maiores catedrais góticas da Alemanha


Fonte: http://static.flickr.com/44/185414667_ec67df3f32.jpg

Dizem que o cristianismo da Idade Média provocou uma espécie de “trevas” através do misticismo religioso, quando houve uma longa hibernação da cultura clássica. Pode ser, mas foi nesse tempo que se desenvolveu uma arquitetura realmente ímpar e esse fato nos interessa muito porque encerra um processo de construtivo de criação artística totalmente baseado num sistema construtivo nunca mais aproveitado, mesmo quando houve o Renascimento.

O Renascimento, aparecido na Itália, pais que bem ou mal guardara os vestígios da cultura clássica, fez ressurgir a estética de Vitrúvio e todas as demais lições de seus “Dez livros de arquitetura”. Houve um despertar geral, envolvendo todos os ramos do conhecimento, inclusive a tecnologia da construção. Ressurgiu um novo fazer, diretamente derivado das alvenarias romanas tradicionais e contido pelas leis clássicas de composição. Vitrúvio voltou pelas palavras de Leon Battista Alberti (1404-1472), o teórico do Renascimento. As velhas regras de composição sempre às voltas com suas variedades de colunas, seus intercolúnios e relações entre diâmetros de tambores e altura dos vãos livres foram adaptadas a uma nova arquitetura, estruturada nos muros contínuos. Sim, uma arquitetura nova regida pelos antigos. Velhas determinações, orientando as relações entre cheios e vazios das novas construções e, na verdade, “ornamentando” também frontispícios onde a modinatura obedecia cegamente os cânones da boa composição. Obras imensas e arrojadas, em que os arquitetos ainda eram os responsáveis pelas soluções estruturais, prontas para receber a posteriori a ornamentação clássica, tanto interna como externamente, onde as cimalhas, molduras e pilastras não passavam de acessórios decorativos dos paramentos de pedra ou de tijolos.

O domo de Florença: exemplo da arquitetura renascentista


Fonte: http://www.cursoarte.hpg.ig.com.br/aulas/imagens/duomo.jpg

Depois do Renascimento, veio o Maneirismo, que foi sucedido pelo Barroco, que veio a dar lugar ao Neoclássico e, através dos teóricos e tratadistas, o linguajar, o vocabulário clássico, perdurou através de outras sintaxes, de outras maneiras de compor espaços.

O Neoclássico e a Revolução Industrial coincidiram no tempo e esta ultima, como sabemos, foi provocando sucessivamente alterações básicas no modo de vida, no modo de encarar os acontecimentos, sociais (não nos espaçamos também da outra Revolução, a francesa) e no modo de julgar a arte, agora ao alcance de um numero crescente de pessoas. O que era antes restrito aos intelectuais e ricos, era agora de domínio publico e popularizou-se a noção de estilo. É claro que para os profissionais eruditos os estilos arquitetônicos variados sempre estavam compromissados já com o próprio sistema estrutural, mas aos leigos o estilo era só a ornamentação. Todo o progresso advindo dessa época em diante naturalmente se refletiu nas construções, cuja modernização começou pelas pontes, principalmente na Inglaterra, e pelas construções vinculadas a novos programas jamais suspeitados pelos velhos arquitetos, como os programas referentes às estradas de ferro, por exemplo. De que “estilos” seriam as gares de embarque e desembarques de passageiros? Já de início houve a tentativa de se decorar, de se ornamentar os perfis pré-moldados das estruturas metálicas com o escopo de lhes dar a dignidade da arquitetura ortodoxa.

Igreja de Madeleine em Paris

Fonte: http://www.katarxis-publications.com/sitebuildercontent/sitebuilderpictures/madeleine.paris.400.jpg

A partir dessa época é que se definiu completamente a separação entre o arquiteto e o engenheiro, aqui já nos referimos linhas atrás, e desse tempo em diante, também, é curioso o desfile de definições de arquitetura, principalmente as de intelectuais que tiveram a possibilidade de ampla divulgação de suas idéias, incutindo nos leitores visões românticas, onde estão, amiúde, comparações com a musica. Goethe (1749-1832), por exemplo, dizia que “arquitetura é música petrificada”, enquanto Schelling (1775-1854) não deixava por menos, proclamando que a “arquitetura é a forma artística inorgânica da música plástica”. De qualquer forma, a demanda popular estava condicionada à orquestração dos ornatos dispostos ao longo dos paramentos frios de tijolos, o que não impediu logicamente que os tratadistas de arquitetura olhassem com atenção a presença da máquina, as conveniências das funções satisfeitas, deixando a decoração num segundo plano.

Na França, país que nos orientou tanto no século XIX, dois pensadores arquitetos expuseram suas teorias, segundo dois enfoques, mas antevendo a teorização da arquitetura moderna. Um deles foi Eugène Emmanuel Viollet Le Duc (1814-1880), o grande esteta de seu tempo, que conseguiu dispensar de seus raciocínios a presença obrigatória do fantasma de Vitrúvio. O caráter geral da teoria esteticista de Viollet Le Duc foi a objetividade. Todos os teóricos descentes de Vitrúvio viam o belo arquitetônico nas relações analíticas ou aritméticas, expressas pelo modo. O nosso arquiteto francês, ao contrario, foi buscar a beleza nas relações geométricas e graficamente determinava, ou comprovava, as leis da harmonia que engrandeciam a composição arquitetônica. Sua “teoria do triângulo” foi uma inovação e para ele naquela figura geométrica “estava a chave do mistério”.

Enquanto Viollet Le Duc se dedicava, na sua teoria da arquitetura, aos aspectos meramente estéticos, outro arquiteto francês, Leonce Raymond no seu “Traité d’architecture”, de 1860, já procurava a “verdade” na arquitetura, proferindo uma frase lapidar: “O bom é o fundamento do belo e as formas de arte devem ser sempre verdadeiras”. Nessa idéia é que se apoiou, mais tarde o teórico Julian Guadet, quando formulou o seu principio fundamental ligado à veracidade arquitetônica.

Já no final do século XIX e início deste, as definições de arquitetura assumiram modo de olhar diverso, fazendo surgir textualmente outro protagonista no elenco dos elementos significativos: o espaço. Até então, todos ficavam muito presos à construção, às paredes e elas é que se procuravam descobrir a beleza, dando razão a Hegel (1770-1831), que dizia que o problema da arquitetura consiste “em incorporar à matéria uma idéia”. Cremos que foi Auguste Perret (1874-1954) o primeiro a dizer que “arquitetura é a arte de organizar o espaço e é pela construção que ela se expressa”. E foi mais longe: “móvel ou imóvel, tudo aquilo que ocupa o espaço pertence ao domínio da arquitetura”.

Já entrados no século XX, vários arquitetos se manifestaram sobre sua profissão, deixando de lado todo o ranço acadêmico que ainda participava nas escolas oficiais, e passaram a elaborar definições onde sempre estava enfatizada a verdade favorecendo o espaço belo. Vejamos algumas opiniões ilustres:

“Só a verdade é bela. Em arquitetura a verdade é produto de cálculos feitos com a finalidade de satisfazer necessidades conhecidas com meios conhecidos.” Tony Garnier (1868-1948).

“Arquitetura é a vontade da época traduzida em espaço.” Ludwig Mies Van Der Rohe (1886-1969).

“Arquitetura é o esforço de harmonizar o ambiente e o homem, tornando o mundo das coisas uma projeção direta do mundo do espírito”. Antonio Sant’Elia (1888-1916).

“Temos por meta uma arquitetura clara, orgânica, cuja lógica interior seja radiante e nua, não atravancada por revestimentos ou truques mentirosos; queremos uma arquitetura adaptada ao nosso mundo de máquinas, rádios e carros céleres... com a solidez e força crescentes dos novos materiais – aço, concreto, vidro – e com a nova audácia da engenharia, o peso dos antigos métodos de construção esta cedendo lugar a uma nova leveza e seriedade. ” Walter Gropius (1883-1969).

O arquiteto francês e suíço de nascimento Le Corbusier (1887-1965), cuja obra escrita aliada aos seus projetos executados influenciou enormemente os jovens arquitetos do mundo a partir da década dos anos 20, especialmente os brasileiros, uma vez disse que “arquitetura é o jogo magistral, correto e magnífico de massas reunidas sob a luz”.e também lembra da música, não a “música petrificada”, mas a música “tempo e espaço, como arquitetura”. “A arquitetura é a síntese das artes maiores. A arquitetura é forma, volume, cor, acústica, música.” Seu discípulo e querido amigo, o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer Soares Filho (1907), há muitos anos, talvez 30, antes de Brasília e de roda sua reconhecida produção internacional já dizia: “A arquitetura no Brasil, ultrapassando o estagio do funcionalismo ortodoxo, acha-se agora a procura de expressões plásticas, A extrema maleabilidade dos atuais métodos de construção, juntamente com nosso amor instintivo pela curava – afinidade real ao barroco dos nossos tempos coloniais – surgem as formas livres de um novo e surpreendente vocabulário plástico. Criatividade aplicada a solução de problemas espaciais, emerge uma verdadeira arquitetura – uma obra de arte real.”

Capela de Ronchamp – Le Corbusier


Fonte: http://www.fondationlecorbusier.asso.fr/images/realisations/Chapelle%20Notre%20Dame%20du%20Haut%20-%20Ronchamp.jpg

Lúcio Costa (1902), o grande teórico da arquitetura brasileira, cujos textos, principalmente aqueles referentes à nossa arquitetura tradicional, são fundamentais ao entendimento de nosso processo cultural, diz que uma construção “enquanto satisfaz apenas às exigências técnicas e funcionais – não é ainda arquitetura; quando se perde em intenções meramente decorativas – tudo não passa de cenografia; mas quando – popular ou erudita – aquele que a ideou e pára e hesita ante a simples escolha de um espaçamento de pilar ou de relação entre a altura e a largura de um vão e se dêem na procura obstinada da justa medida entre cheios e vazios, na fixação dos volumes e subordinação deles a ma lei e se demora atento ao jogo de materiais e seu valor expressivo – quando tudo isso se vai pouco a pouco somando, obedecendo aos mais severos preceitos técnicos e funcionais, mas também àquela intenção superior que seleciona, coordena e orienta em determinado sentido toda essa massa confusa e contraditória de detalhes, transmitindo assim ao conjunto ritmo, expressão, unidade e clareza – o que confere à obra o seu caráter de permanência, isto sim é arquitetura.”



texto extraído do livro O que é arquitetura de Carlos A. C. Lemos, 1998

2 comentários:

Clara Luiza Miranda disse...

Lucio Costa, a falta que ele faz:
Lúcio Costa reivindica a autonomia do artista como a abertura de um caminho próprio; conformado num processo civilizatório e num processo de construção de identidade nacional, dos quais advêm a espiritualidade das intenções do artista:
“Os artistas possuídos de paixão criadora e capazes não só de eletrizar multidões como os campeões olímpicos e os acrobatas de circo, mas de comovê-lo com sua obras (...) é esse tantas vezes o caminho mais curto para o coração das massas

Unknown disse...

Na verdade,a historia da arquitetura comessou mesmo quando Deus criou o mundo.Ta certo que nesse tempo a Rquitetura nao era moderna...+ era NATURAL.